A SATURN passou duas décadas perdida entre o enorme portifólio de marcas da poderosa GM. Foi criada para competir com os eficientes modelos compactos japoneses, para um público que nunca aceitou por completo seus carros, fazendo com que os resultados projetados nunca fossem alcançados e, com o agravamento da situação financeira mundial, o fim da marca não poderia ser outro que não seu encerramento.


A história

Tudo começou em 1982 quando Alex C. Mair, um alto executivo da General Motors, se reuniu com os engenheiros Joe Joseph e Tom Ankeny para discutir o projeto de um novo carro compacto em resposta ao enorme sucesso dos modelos importados japoneses no mercado americano. Em meados do mesmo ano o nome SATURN foi adotado como código desse novo projeto. O nome foi escolhido pelo chefe do departamento de designer, Phill Garcia, em homenagem ao foguete Saturn, que levou os astronautas à lua na década de 60. Em 1983 a GM anunciou oficialmente o projeto, o mais ousado e caro da história da empresa, e o novo carro foi apresentado no ano seguinte. Em 1985 a subsidiária SATURN CORPORATION era fundada no dia 7 de janeiro. Essa subsidiária teria total autonomia em relação a GM, possuindo fábrica própria (localizada em Spring Hill, Tennessee), modelos únicos e uma rede de concessionária separada.

Depois de cinco anos de desenvolvimento, em julho de 1990, o presidente da empresa, Owen Bieber, saiu da linha de produção dirigindo o primeiro SATURN, um sedã vermelho batizado de S-Series. Inicialmente o novo carro pareceu ser bem aceito pelo exigente consumidor americano. No ano seguinte o modelo ganhou inúmeros prêmios de revistas e organizações americanas, confirmando assim um futuro promissor para marca. Nesse mesmo ano o primeiro carro foi entregue no Canadá, dando início a internacionalização da marca SATURN. Mas o começo promissor não se confirmou: a marca SATURN se tornou canibalista, já que 40% de seus proprietários já haviam sido donos de um automóvel produzido pela GM. Apesar de não alcançar os resultados esperados nos primeiros anos, a marca iniciou a expansão de sua linha com a apresentação em 1992 no salão do automóvel de Los Angeles da Wagon SW2. Ainda nesse ano, o primeiro carro da marca é exportado para Taiwan. Ao final desse ano a montadora já tinha produzido 200 mil carros.

Em 1995 a empresa atingia a marca de 1 milhão de automóveis produzidos. A expansão da linha continuou com a apresentação dos novos sedãs e wagon, além de um cupê. Em uma estratégia ousada, no ano de 1997, o primeiro SATURN foi vendido no Japão. No ano seguinte foi lançado no mercado um dos maiores sucessos da marca, o modelo LS. Ainda nessa época, foi apresentado o primeiro modelo cupê de três portas. No final desta década, em 1999, a SATURN alcançou a marca de 2 milhões de unidades vendidas desde sua fundação, além de apresentar os novos modelos da L-Series (automóveis de médio porte nas versões sedã e perua) no salão do automóvel de Nova York. O novo milênio tem início com o lançamento de novos modelos, como o SATURN VUE (um utilitário esportivo compacto); ION, lançado em 2003 e que rapidamente se tornou um grande sucesso; RELAY (minivan); o esportivo SKY, conversível e com lugar para apenas duas pessoas; OUTLOOK, um utilitário esportivo de porte grande; e o sedã médio AURA.

Apesar das vendas serem consideradas razoáveis, a SATURN sempre consumiu bilhões de dólares da GM e nunca deu o retorno financeiro projetado. Com o agravamento da situação econômica da GM em 2008, muito em virtude da crise global, a SATURN passou a ser vista como um fardo pesado para ser carregado. Depois de tentativas em vão de negociar a marca, a GM anunciou o encerramento das operações da SATURN para o final de 2010. Apesar disso, a GM segue como proprietária da marca.

JAC Shineray